Di verso e prosa

Férias rolando soltas , me peguei numa sexta-feira à noite pensando que não teria nada para fazer no sábado. Não ter o que fazer no sábado é de tão imensa agonia quanto não ter tv a cabo em dias frios , ou olhar para um abismo sem ao menos ter uma corda bamba para se agarrar . Eu até tenho minhas cordas , mas resolvi cair no abismo e decidi que faria algo sozinha , mesmo minha auto sinceridade me alertando para o fracasso que é tentar ser feliz sozinho . Estava com um dinheirinho sobrando , se tudo desse errado poderia me comprar uma felicidade material e fugaz . O importante é ser feliz , mesmo que por pouco tempo . Peguei duas horas de ônibus para encontrar comigo mesma , faço isso pelos outros , devo fazer por mim . Andei por ruas aconchegantes e desconhecidas , tudo bem bucólico , com direito a casas com sacadas , muros altos e verdejantes , árvores grandes e janelas de madeira trabalhadas manualmente . Casinhas bonitinhas são meus "colírio da capricho" . Fiquei tão entretida que caminhei por uma rua sem saída e só percebi que ela era sem saída quando não consegui sair dela . Me entregando completamente ao destino vi o filme que começaria mais rápido no cinema da região , esperar sozinha é outra agonia tão ruim quanto as supracitadas . O filme era sobre o relacionamento de um jovem com uma mulher de mais idade , pronto , duas fragilidades ao mesmo tempo me atacando . O filme terminou com o suicídio do rapaz por não ter podido ficar com a “velha” que não era nem velha . Eles foram vítimas da sociedade , um “sociomicídio” , entre aspas porque não sei se já deram nome para isso, mas que existe , existe . Ela também era prostituta , mas isso nem foi enfatizado no filme , como o “ser velha atrapalha” foi . Abalos a parte , comprei chocolate . Nem morro de paixão por chocolate , mas dizem que libera serotonina , e por serotonina eu morro de paixão . Andei até meu ponto de ônibus , mesmo com tempo nublado peguei um ônibus com ar condicionado , partindo da premissa que ninguém pega ônibus com ar condicionado no frio ele , então , chegaria mais rápido a seu destino . Até que sou inteligente quando estou sozinha . Voltando ao chocolate , comprei cinco barras , que comi fartamente por todo o trajeto , colocando meu fone de ouvido até consegui esquecer que estava comendo cinco barras de chocolate de forma contínua e em público . Depois que acabei , senti a serotonina e lembrei da felicidade nas coisas materiais . Parei no shopping e comprei o meu primeiro box de Friends ! Ansiei minha chegada à casa e terminei a noite apenas quando vi todos . Até que meu prazer não foi fugaz . Deitando para dormir lembrei : Porra , amanhã é domingo e não tenho nada para fazer !

E o mundo gira , os tsunamis assustam , os sonhos são adiados , as loucuras são lembradas , os porres são tomados , percebemos a diferença entre créu e creu , as mulheres engravidam e as crianças por elas geradas um dia viverão da mesma angústia . E o mundo gira . E mesmo assim não vou pedir pra descer , eu quero ficar tonta !

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O que acontece quando cinco amigas de faculdade são tão ligadas a área humana que expressam tudo que sentem, majoritariamente, através de palavras? Exatamente, elas criam um blog. Passamos tanto tempo escrevendo para o nada para que não explodíssemos que resolvemos mostrar para o mundo o que sentíamos . Vale dizer que não temos estilo nem assunto fixos, nem data correta para postagens. Tudo o que queremos é escrever e nada mais do que isso.
Conheça agora as cinco blogueiras do “Di verso e prosa”, apresentadas, umas pelas outras, de uma maneira divertida e bem natural.

Carla - Carla ou Carlinha como prefere ser chamada é uma menina doce e tímida, que não faz perguntas aos professores, super devoradora de livros, com um cabelo “horrível” daquele tipo que você acorda e NÃO está um leão. Ex-moradora da serra que quer se achar mais carioca que nós. Ótima amiga e conselheira, se anima em meio segundo quando você diz que tem uma fofoca pra contar e não ouse deixá-la irritada, pois seu lado mandona vem a tona. E não podendo esquecer claro, que se auto denomina a mais normal de todas nós, contudo claro que ela não é, pois já conviveu demais com as pessoas que a perturbam,tipo eu. =) (by Núbia)

Cindy – A mascote da turma é a pessoa mais apaixonada por carnaval que você provavelmente conhecerá em toda a sua vida. Super inteligente, Cin fala e escreve do jeito mais correto possível dentro da Língua Portuguesa, utilizando palavras e expressões um tanto sofisticadas em todas as ocasiões, o que me faz rir constantemente e considerá-la uma piadista nata. Sempre fazendo caras de “cão que caiu da mudança” para que façamos o que ela quer, possuí uma língua afiada, e apesar disso, é um dos meus alvos preferidos para implicância. (by Carlinha)

Mariana - Bonita, simpática, perspicaz, inteligente, atenciosa, precavida... Essas são características que logo percebemos em Mariana num primeiro contato. Porém, com o passar do tempo Mari - como é carinhosamente chamada por nós – se revelou mais. De incrível sensibilidade por trás de marcante racionalidade e portadora de diferenciadas nuances é, acima de tudo, romântica; aquela romântica inveterada que sempre tenta ver o mundo como algo mais encantado. Podemos considerar isso como seu ponto fraco; ou forte, já que olha a vida como algo além do vil. Parece nunca perder o chão, mas de vez em quando se mostra em canduras com a realidade. Ela é a leitura de mulher moderna, mulher que sonha ao mesmo tempo em que encara as provações de uma sociedade dita contemporânea. Mergulha em profundos questionamentos acerca do mundo e da vida, sem ter medo de dizer o que está pensando e mostrar o que está sentindo, melhor ainda é quando ela resolve escrever sobre isso. Aqui teremos uma bela oportunidade de conhecer melhor e explorar um pouco dessa faceta de Mariana. (by Michelle)

Michelle - A Michelle é uma incógnita, uma interrogação bem grande seguida de uma exclamação. É amiga, ótima ouvinte, conselheira, sempre dotada de sábias palavras. É profunda, intensa. Hermética às vezes, transborda em palavras de uma forma difícil de entender. Adora os Beatles e faz uso de um humor bastante inteligente. Creio que seja a mais centrada de nós. Futura psicóloga, vive treinando com as confusas e indecisas amigas, que insistem em explorar seus ouvidos e paciência. (by Mariana)

Núbia - Núbia? Carioca, Flamenguista, Taurina. É muito amiga, digo isso, porque sempre que pode cuida de mim. Ela fala demais, adora instalar datashow para apresentação de trabalhos e é apaixonada por Harry Potter. Os esmaltes dela são sempre surpresa, afinal, são de cores extremamente, digamos assim, “vivas”. Sobe a rampa da faculdade de manhã na maior disposição só para tomar cappuccino, sua cor preferida é laranja e ama tirar fotos espontâneas de tudo e todos. (by Cindy)
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"Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada."( Clarice Lispector )

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