Relógio Louco


Acordei no meio da madrugada num susto e olhei para meu relógio de cabeceira. Marcava algum horário entre as cinco e as seis, embora eu soubesse que não era correto: ele não funcionava direito há meses.
Em meio ao meu sono imenso, comecei a devanear sobre a vida e compará-la ao meu relógio maluco. Às vezes, estamos em um determinado ponto de nossa existência em que as coisas tendem a voltar, constantemente, ao seu ponto inicial. Vivemos, sofremos, rimos e choramos. Quando achamos que está tudo acabando e que estamos progredindo, tudo volta simplesmente para o início e nos vemos obrigados a começar tudo de novo.
Apesar da incrível semelhança, o relógio da vida continua, mesmo que secretamente, correndo em disparada. Por mais que pareça que está tudo como era antes, continuamos correndo em direção ao futuro, mesmo sem nos darmos conta disso. Por isso, devemos achar uma pilha ideal, aquela que seja responsável por impulsionar-nos para frente e que nos ajude a sair da mesmice em que possamos estar vivendo. Caso contrário, perderemos muito tempo repetindo as mesmas coisas e rodando em um círculo vicioso que compreende apenas poucos momentos, assim como o relógio cujo mesmo momento está sempre voltando.

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